Svadhyaya, a busca do Ser
Professor Hermógenes (1921-2015) (1)
Quem sou eu?
Que sou eu?
“O entendimento, para aquele que o possui, é uma fonte de vida;
porém, a estupidez é o castigo dos insensatos.”
Provérbios, 16:20
Todas as respostas, baseadas na lógica ou num autodiagnostico comprometido, seja por auto piedade, auto severidade, auto complacência, ou seja por racionalização, são incapazes, e não válidas.
Quem são ou que são os outros?
Que são as coisas que meus sentidos e minha mente percebem? O que nas coisas e nos fenômenos vejo e sinto até onde são reais? Até onde são fantasmas? Que têm de realidade os sonhos? Que há de real escondido sob tantos mantos e véus? Como desvendar o que está velado? – são perguntas que fazemos, praticando svadhyaya.
O yogin está avisado sobre o vínculo que o prende ao mundo de fantasias que parecem reais. Ele sabe que tanto quanto dure sua condição de obcecado, agora por uma ventura, depois por uma desventura, aqui por uma gratificação, ali por uma privação, estará grudado e fatalmente acorrentado ao “vale de lágrimas”. Ele sabe que há uma Verdade que liberta, e querendo ele a Libertação, insiste na procura de tal Verdade.
Svadhyaya requer a tenacidade de quem “procura agulha no palheiro”, possibilita “arrancar as ervas que o Pai não plantou” e permite colher o trigo – riqueza e pão – sufocado no meio do joio.
Além da persistência, a busca do Ser reclama prudência. Viveka, o discernimento, é indispensável. Sem discernir friamente, a pesquisa toma o rumo que interesses e motivos até inconscientes impõem. Assim, supondo que buscamos a Verdade que liberta, começamos a buscar a semiverdade que consola, que interessa, que consolida o ego, e reforça o jugo, o samsara.
Quem, apegado ao que convém, repelindo o que desagrada, temendo o que parece ameaça, pode esperar desvelar a Verdade, o Ser?
O yogin pode praticar svadhyaya pelo estudo das escrituras (shastras), analisando-as pelo “espírito que vivifica” e não pela “letra que mata”; pelas lições que os Sábios e Mestres têm para dar, eles que são experientes e já cidadãos do Reino; pelas inferências dos raciocínios; pela intuição; pela inspiração; pela meditação; pela autoanálise; e por tornar-se a Verdade.
A pesquisa é incessante. É aqui e agora, pois todos os lugares escondem a Presença Oculta e todos os segundos falam de Seu Silêncio. Cada instante diz da Eternidade. Cada ponto no espaço fala do Infinito.
» por Quem sou eu?
Que sou eu?
“O entendimento, para aquele que o possui, é uma fonte de vida;
porém, a estupidez é o castigo dos insensatos.”
Provérbios, 16:20
Todas as respostas, baseadas na lógica ou num autodiagnostico comprometido, seja por auto piedade, auto severidade, auto complacência, ou seja por racionalização, são incapazes, e não válidas.
Quem são ou que são os outros?
Que são as coisas que meus sentidos e minha mente percebem? O que nas coisas e nos fenômenos vejo e sinto até onde são reais? Até onde são fantasmas? Que têm de realidade os sonhos? Que há de real escondido sob tantos mantos e véus? Como desvendar o que está velado? – são perguntas que fazemos, praticando svadhyaya.
O yogin está avisado sobre o vínculo que o prende ao mundo de fantasias que parecem reais. Ele sabe que tanto quanto dure sua condição de obcecado, agora por uma ventura, depois por uma desventura, aqui por uma gratificação, ali por uma privação, estará grudado e fatalmente acorrentado ao “vale de lágrimas”. Ele sabe que há uma Verdade que liberta, e querendo ele a Libertação, insiste na procura de tal Verdade.
Svadhyaya requer a tenacidade de quem “procura agulha no palheiro”, possibilita “arrancar as ervas que o Pai não plantou” e permite colher o trigo – riqueza e pão – sufocado no meio do joio.
Além da persistência, a busca do Ser reclama prudência. Viveka, o discernimento, é indispensável. Sem discernir friamente, a pesquisa toma o rumo que interesses e motivos até inconscientes impõem. Assim, supondo que buscamos a Verdade que liberta, começamos a buscar a semiverdade que consola, que interessa, que consolida o ego, e reforça o jugo, o samsara.
Quem, apegado ao que convém, repelindo o que desagrada, temendo o que parece ameaça, pode esperar desvelar a Verdade, o Ser?
O yogin pode praticar svadhyaya pelo estudo das escrituras (shastras), analisando-as pelo “espírito que vivifica” e não pela “letra que mata”; pelas lições que os Sábios e Mestres têm para dar, eles que são experientes e já cidadãos do Reino; pelas inferências dos raciocínios; pela intuição; pela inspiração; pela meditação; pela autoanálise; e por tornar-se a Verdade.
A pesquisa é incessante. É aqui e agora, pois todos os lugares escondem a Presença Oculta e todos os segundos falam de Seu Silêncio. Cada instante diz da Eternidade. Cada ponto no espaço fala do Infinito.
Leia na sequência:
Yoga, caminho para Deus
Os gurus ensinam: viveka, vairagya e mumukshutvam
Modos e meios
Svadhyaya, a busca do Ser
Tapas, a austera disciplina
Ishvarapranidhana, a entrega a Deus
Bhakti Yoga, o amor que liberta
Karma Yoga, a ação que liberta
Jñana Yoga, a sabedoria que liberta
Exercício de Vedanta
Sadhana, o caminho
- Texto extraído das páginas 47 a 50 da 12a edição, de 1996, do livro Yoga: caminho para Deus (1984), do Professor Hermógenes (1921-2015), Editora Nova Era, Rio de Janeiro, digitado por Cristiano Bezerra em 16 de junho de 2001 e também publicado em yoga.pro.br. Visite o site do Instituto Hermógenes em institutohermogenes.com.br [↩]
Comentários
Svadhyaya, a busca do Ser — Nenhum comentário
HTML tags allowed in your comment: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>