Sadhana, o caminho
Professor Hermógenes (1921-2015) (1)
Sadhana é o método. Sadhaka, aquele que o pratica.
O método de vida do caminhante é feito de muitos preceitos, todos eles visando a dar maior alcance a seus passos. Ensinam os Mestres aos sadhakas os comportamentos que os ajudarão a vencer dificuldades.
O relacionamento com nosso universo interno e com o mundo fora de nós deve ser conduzido. Cuidado… Bem que o apóstolo aconselhou: “Orai e vigiai“.
A vida moral do yogin salva-o de conflitos, sofrimentos, quedas, recuos…
O sadhaka aprimora-se no amor, no perdão, na caridade autêntica, na humildade, no cooperar, no construir e mesmo no destruir, no adquirir e no renunciar, no falar, no projetar, no trabalhar, no comprar e no vender, no mandar e no obedecer…
É errôneo pensar que o yogin, pelo fato de ter despertado e visto o falso valor do que é mundano, deva abandonar a sociedade, a convivência, e partir para uma floresta, para a beira de um rio ou uma caverna na montanha.
Nada disso. Agora, desperto e armado de discernimento, mais do que antes, pode e deve participar e de forma muito mais fecunda. Já não é um egoísta preenchendo-se na exploração dos outros.
Ativamente trabalha como se estivesse ávido de lucros. Na realidade, porém, não visa a compensações pessoais. Dá e dá-se na alegria de dar, não na expectativa de recompensa.
O sadhana do yogin de séculos atrás fazia dele um eremita. O sadhaka moderno fica entre seus irmãos de humanidade, mas mantendo-se isento, evitando mesmificar-se e corromper-se.
Em seu ambiente – oficina, escola, escritório, repartição… – é ele um ponto de apoio aos outros quando sofrem e perdem o ânimo.
O sadhana inclui cuidados com a nutrição do corpo, da mente e da sensibilidade. Impõe purificação física e psíquica.
Reclama atividades várias, todas coerentes com sua opção, caminhar para Deus, embora convivendo no mundo dos homens.
Orando, vigiando, trabalhando e vivendo, o sadhaka faz ou deixa de fazer, diz ou deixa de dizer, aspira ou deixa de aspirar, imagina ou deixa de imaginar, sempre em proveito de seu avanço na estrada.
O sadhana é o viver todo instante no rumo da redenção.
O caminho da libertação não termina numa qualquer curva da estrada, que ofereça tranquilidade, sombra, segurança e repouso ao caminhante fatigado.
Não te deixes dominar nem iludir.
Prossegue, caminhante.
Renuncia ao aliciante conforto.
Ninguém chega, se supõe que já chegou.
» por Sadhana é o método. Sadhaka, aquele que o pratica.
O método de vida do caminhante é feito de muitos preceitos, todos eles visando a dar maior alcance a seus passos. Ensinam os Mestres aos sadhakas os comportamentos que os ajudarão a vencer dificuldades.
O relacionamento com nosso universo interno e com o mundo fora de nós deve ser conduzido. Cuidado… Bem que o apóstolo aconselhou: “Orai e vigiai“.
A vida moral do yogin salva-o de conflitos, sofrimentos, quedas, recuos…
O sadhaka aprimora-se no amor, no perdão, na caridade autêntica, na humildade, no cooperar, no construir e mesmo no destruir, no adquirir e no renunciar, no falar, no projetar, no trabalhar, no comprar e no vender, no mandar e no obedecer…
É errôneo pensar que o yogin, pelo fato de ter despertado e visto o falso valor do que é mundano, deva abandonar a sociedade, a convivência, e partir para uma floresta, para a beira de um rio ou uma caverna na montanha.
Nada disso. Agora, desperto e armado de discernimento, mais do que antes, pode e deve participar e de forma muito mais fecunda. Já não é um egoísta preenchendo-se na exploração dos outros.
Ativamente trabalha como se estivesse ávido de lucros. Na realidade, porém, não visa a compensações pessoais. Dá e dá-se na alegria de dar, não na expectativa de recompensa.
O sadhana do yogin de séculos atrás fazia dele um eremita. O sadhaka moderno fica entre seus irmãos de humanidade, mas mantendo-se isento, evitando mesmificar-se e corromper-se.
Em seu ambiente – oficina, escola, escritório, repartição… – é ele um ponto de apoio aos outros quando sofrem e perdem o ânimo.
O sadhana inclui cuidados com a nutrição do corpo, da mente e da sensibilidade. Impõe purificação física e psíquica.
Reclama atividades várias, todas coerentes com sua opção, caminhar para Deus, embora convivendo no mundo dos homens.
Orando, vigiando, trabalhando e vivendo, o sadhaka faz ou deixa de fazer, diz ou deixa de dizer, aspira ou deixa de aspirar, imagina ou deixa de imaginar, sempre em proveito de seu avanço na estrada.
O sadhana é o viver todo instante no rumo da redenção.
O caminho da libertação não termina numa qualquer curva da estrada, que ofereça tranquilidade, sombra, segurança e repouso ao caminhante fatigado.
Não te deixes dominar nem iludir.
Prossegue, caminhante.
Renuncia ao aliciante conforto.
Ninguém chega, se supõe que já chegou.
Leia na sequência:
Yoga, caminho para Deus
Os gurus ensinam: viveka, vairagya e mumukshutvam
Modos e meios
Svadhyaya, a busca do Ser
Tapas, a austera disciplina
Ishvarapranidhana, a entrega a Deus
Bhakti Yoga, o amor que liberta
Karma Yoga, a ação que liberta
Jñana Yoga, a sabedoria que liberta
Exercício de Vedanta
Sadhana, o caminho
- Texto extraído da 12ª edição, de 1996, do livro Yoga: caminho para Deus (1984), do Professor Hermógenes (1921-2015) (Editora Nova Era, Rio de Janeiro), digitado por Cristiano Bezerra em 13 de junho de 2001 e também publicado em yoga.pro.br. Visite o site do Instituto Hermógenes em institutohermogenes.com.br [↩]
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