Introdução do livro Deus investe em você
Este livro é mais uma tentativa de estimular pensamento, reflexão e esforço que possam viabilizar a libertação d’Aquilo que, dentro de cada pessoa, cintila como faísca do Supremo Sol, mas que, envolto nos densos véus opacos de todas as manifestações do egoísmo, é como se não existisse.
Mas existe mesmo, pois é a própria Vida.
Aprendi e tenho certeza: dentro de cada ser humano, o altar de Deus está iluminado pelo Amor, e é reino de pureza e luz, de liberdade e poder, de paz e perfeição.
Sei – e você também sabe – que todo esse tesouro está como que enterrado, e sem vez. É como se não existisse.
O que vemos em cada um, e na sociedade como um todo, é uma espantosa pandemia de dor, uma onda incontida de destruição, uma avalanche de perversão, uma aflitiva onipresença do conflito e do desespero.
Não é só o planeta-azul e sua atônita humanidade, mas cada alma e cada corpo se retorcem neurótica e pateticamente num implodir-explodir desesperado.
Hora de crise final.
Fim de ciclo.
Fim de ilusões.
Fim de uma imensa e irresponsável bacanal alucinante.
Fim-calamidade de uma trágica alienação coletiva.
Como aceitar que, sendo o ser humano a obra máxima da Natureza, a esteja violentamente desfigurando, devastando e poluindo, desde o ar que respira aos alimentos que come, desde a beleza e a bondade até seus próprios pensamentos e sentimentos?
Como, sendo o homem a imagem e semelhança de Deus, se comporta tão diabolicamente? Como vive tão miseravelmente sofrendo, enquanto, enganado, supõe gozar?
Como, estando perdendo, enquanto enganado, acredita estar lucrando?
Como, sendo infinitamente perfectível, se deteriora e se destrói?
Como, tão perto de Deus, chafurda na lama?
Como, dispondo de um instrumento tão precioso – sua mente – a perturba, conspurca e perverte?
Como, programado para a Libertação, se submete imprudente e tragicamente a mil tiranos, desde o cigarro, o álcool, a maconha, aos slogans, à propaganda, às seitas novas, aos “falsos profetas”, à massificação?
Como, sendo o templo do Deus Vivo, não conhece repouso, segurança, paz e felicidade?
Como, tão rico, se debate e se abate na indigência?
Avatares, Profetas, Mestres Divinos, desde recuados milênios, têm vindo viver entre nós, a evangelizar, a ensinar, a propor conscientização, reforma, regeneração, salvação, iluminação e libertação.
Muitos deles padeceram o martírio.
E os homens?
Como são estupidamente teimosos, surdos e cegos, obstinados em continuar no escuro e na dor, na morte e na servidão, a rechaçar os divinos convites para a Luz, a Felicidade, a Vida e a Liberdade!
Desejo aqui redizer, relembrar e repetir os clamores dos Sábios e Santos, usando uma linguagem mais acessível aos homens de hoje, numa tentativa de reconvocação para a Verdadeira Vida, de que somos herdeiros.
Proponho uma tomada de consciência, uma lúcida opção por um viver menos dolorido e ao mesmo tempo mais calmo e criativo, mais rico de contentamentos verdadeiros…
Convido para um viver conducente à definitiva mudança que infalivelmente (se for possível, urgentemente) cada um terá que realizar.
Mudar por vontade própria é melhor do que ser obrigado a mudar sob o acicate da tragédia.
Você não se apercebeu de que seus tormentos vêm-se aprofundando e se alongando, enquanto suas forças e esperanças minguam?
Não vem notando que o que vem crescendo é o medo, a angústia, a revolta e a possibilidade de uma hecatombe?
Você – se não é uma exceção – terá tido desalentadoras frustrações com os ilusórios remédios mundanos para o seu des-gosto de viver. Ou não?
Se você não é uma exceção, sofre. E, como sofredor, aceite meus parabéns!
Parabéns ao que sofre???!!!
O paradoxo é apenas aparente.
Se, com inteligência e sem fuga, você já chegou à evidência da inconsistência e da irrealidade mesma de todos os remédios, recursos, meios, valores e soluções que o mundo oferece, e, consequentemente, se encontra no libertador estado de des-ilusão, então, eu insisto – “meus parabéns”. Assim, já se livrou de engodos, encantos, mentiras, fascínios, que ainda entretêm, retêm ou desviam os medíocres e medrosos, os fracos e apegados.
Se, infelizmente, você ainda não chegou a decepcionar-se com haveres, poderes, prazeres, distrações, curtições, carnavais, bacanais e intoxicações que o mundo pode dar, ainda por um tempo poderá sustentar sua ilusão de ser feliz…
Mas quanto tempo isso vai durar?
Não mudemos de assunto: responda para si mesmo – por quantos anos? Ou será minutos?
Não me chame de agourento. Estou somente sendo seu amigo, a alertá-lo dizendo-lhe, com absoluta sinceridade: “Sua fortaleza tem paredes de papel.” Tudo o que o mundo dá, depois toma.
Se, por lhe faltar coragem, austeridade e lucidez, preferir fechar as portas da razão e continuar seu festival de ilusões, continue.
O problema é seu. E que problema!…
Continue, mas não se esqueça da estória daquele porquinho que fez sua casa de palha, só para que lhe sobrasse tempo para a farra, que tanto o agradava, mas por fim veio o lobo, e…
Conceda um pouco mais de tempo à minha insistência. Vou transcrever lhe palavras de Jesus:
“Todo aquele, pois, que ouve essas palavras, eu o comparo a um homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha; e caiu a chuva, vieram as torrentes, sopraram os ventos e bateram com força contra aquela casa, e ela não caiu, pois estava edificada sobre a pedra. Mas todo aquele que ouve essas Minhas palavras e não as pratica, será comparado a um homem tolo, que edificou sua casa sobre a areia; e caiu a chuva, vieram as torrentes, sopraram os ventos e bateram com força contra aquela casa, e ela caiu; e foi grande sua ruína.”
(O Evangelho segundo Mateus, 7:24 a 27)
Que alicerce tem sua casa? Pense e responda a si mesmo.
Se você me interpelar, perguntando, “então está querendo me inquietar?”, minha resposta é um veemente sim. Quero inquietar você, que insiste em continuar a dormir dentro da cratera de um vulcão. É a melhor forma de expressar minha compaixão por você. Quero inquietar alguém que anda por aí, se deixando manipular, alienado, modorrento, sem saber que Deus investe nele. Quero lembrar que vem aí, a qualquer hora, o acerto de contas. Quero, no entanto, também dizer que é possível ser feliz e livre, autêntico e forte.
Este livro é inquietante para iludidos e fujões.
Destina-se aos que já estão começando a desejar libertar-se de excitamentos, fraquezas, condicionamentos, intoxicações, devaneios, futilidades, dependências, baixezas, padecimentos, exaustões e angústias, e já anseiam pela Sanidade, pela Santidade, pela Dignidade, Alegria e Felicidade, as quais, quando vindas do Cristo, não minguam com o tempo, independem de circunstâncias, transcendem a humana compreensão e são invulneráveis a lobos e borrascas.
Este livro não serve aos que se sentem “felizes” e “vitoriosos” só porque se encontram faturando lucros fartos e fáceis das atuais condições de uma civilização frustrada e decadente.
Este livro é inaceitável para aqueles que, neste ocaso melancólico e aflito da humanidade, se encontram “crescendo” e enriquecendo exatamente porque exploram e manobram, corrompem e esmagam as desgraçadas massas amorfas (os robôs humanos), que intoxicam as almas imaturas de adolescentes manipuláveis. Não é livro para os desalmados donos do poder, que o exercem execravelmente contra o bem comum.
É endereçado aos que decidiram melhorar o mundo e ajudar a humanidade, e para isso já assumiram os sacrifícios e desejam, sem qualquer vacilação, iniciar a reforma social a partir da melhora de si mesmos.
Gostaria que ele chegasse a ser aceito pelos que, ainda alienados, se deixam robotizar pelos manipuladores. Que atraísse a atenção dos que, infelizmente ainda, são súditos fiéis da propaganda, subservientes à massificação estupidificante, tecnológica e cruelmente exercida contra a liberdade e a dignidade deles mesmos.
Aqui está um conjunto de sugestões, provocações e desafios para um despertar, para uma re-visão de valores. Sugere mudanças. Convoca para um recomeço, uma re-ordenação.
As mensagens são curtas e incisivas. Todas se destinam a propor uma verticalização, que só é viável a partir de uma sincera conscientização.
Que possamos, você e eu, administrar bem o investimento que Deus faz em nós.
Que a Luz e a Paz se façam para você, libertando-o.
Namaste,
Hermógenes.
“Você, eu, todos somos administradores de talentos e dons.
Deus é o grande investidor.
A rentabilidade depende de nós.
A morte determina – não se sabe quando – a data do resgate.
Destinos diferentes são determinados pelos resultados colhidos no investimento.
Há alguma coisa mais importante do que aprender a arte de bem administrar os talentos de Deus?
“Deus investe em você”. E você, que administrador tem sido?”
Leia na sequência:
Introdução do livro Deus investe em você
Deus investe em você
A prece do bom administrador
Castigos e prêmios
- Texto extraído das páginas 7 a 12 da 1ª edição, de 1985, do livro Deus investe em você, do Professor Hermógenes (1921-2015), e digitado por Cristiano Bezerra para este blog, Yoga Pleno, em 17 de setembro de 2001. Visite o site do Instituto Hermógenes em institutohermogenes.com.br [↩]
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