Características da respiração yogika
Pedro Kupfer (1966-), do yoga.pro.br (1)
Em quase todos os casos, excetuando-se alguns exercícios específicos, a respiração durante o pranayama precisa manter sempre certas qualidades. Ela deve ser: profunda, completa, consciente, ritmada, controlada, uniforme, lenta, silenciosa, nasal e com a mínima projeção do ar. Veremos separadamente cada uma dessas particularidades.
1) Profunda. A respiração yogika é ampla, utilizando a totalidade da capacidade pulmonar. Respirar profundamente significa usar a estrutura ósseo-muscular do tronco para otimizar a assimilação do ar. Ao respirar, toda a musculatura do tronco participa do processo, porém, nunca devemos elevar nem movimentar os ombros.
2) Completa. Isso significa que devemos utilizar as três fases da respiração em cada exercício que fazemos: abdominal, intercostal e clavicular. Observe sempre que os pulmões devem encher-se primeiramente na parte baixa, logo na parte média e finalmente na parte alta, esvaziando-se de forma inversa.
3) Consciente. Durante o pranayama procure sempre estar presente no exercício que estiver fazendo, observando a cada instante os efeitos que a técnica está desencadeando dentro de si. Sem consciência não há concentração possível.
4) Ritmada. Tudo é ritmo na Natureza; nós não somos a exceção. A cadência é extremamente importante, pois é o que nos permite projetar o exercício no tempo. Existe uma estreita relação entre o ritmo e os estados profundos da consciência: mantendo um ritmo cadenciado conseguiremos tirar muito mais proveito dos exercícios.
5) Controlada. Precisamos evitar ficar sem fôlego. Caso sinta que está perdendo o domínio por não conseguir acompanhar a contagem dos tempos estabelecidos, opte por reduzir esses tempos, para conseguir manter o ritmo de acordo com a sua capacidade pulmonar individual.
6) Uniforme. Em nenhum momento devemos permitir que o fluxo de ar se interrompa ou que se altere a sua assimilação progressiva. Em outras palavras, devemos encher os pulmões de forma gradual e constante, sem dar arrancadas bruscas no início da inalação ou fazer força excessiva para expulsar o ar.
7) Lenta. A respiração deve ser tão lenta quanto for possível. Considere que durante o pranayama ela deve ser ainda mais lenta que a de uma pessoa que dorme. Trabalhe no sentido de torná-la cada vez mais pausada. Com a prática, você perceberá que poderá alterar não apenas o ritmo pulmonar, mas também o ritmo cardíaco à sua vontade.
8) Silenciosa. Também devemos esforçar-nos por manter o ar fluindo da forma mais silenciosa possível. Para ter uma ideia disto, considere que ninguém além de você deve ouvir a sua respiração durante a prática. Atenção obviamente às exceções: bhastrika, bhramari e ujjayi.
9) Nasal. Os cílios das narinas filtram as impurezas que estão em suspensão no ar. Ao inspirar pela boca, você permite que elas entrem diretamente nos pulmões, o que pode provocar diversos males. Esta é a pior maneira de respirar. Evite-a a qualquer preço. São raros os pranayamas que a utilizam: apenas shitali e shitkari, com o único objetivo de aliviar a sensação de calor, cansaço, fome ou sede.
10) Com a mínima projeção do ar. A compreensão do conceito de comprimento do alento é fundamental para atingir a perfeição na respiração yogika. O comprimento do alento é aquela distância í qual podemos perceber o ar que sai pelas fossas nasais. Coloque a sua mão alguns palmos abaixo das narinas. Se você exalar com força sentirá o sopro chegando nela. Expirando com a mínima projeção do alento o fluxo do ar será imperceptível, mesmo mantendo a mão bem perto do nariz. Quanto menor for essa projeção, maior será o controle do prana. Para sentir mais facilmente o ar na palma da mão, sugerimos umedecê-la.
» por Em quase todos os casos, excetuando-se alguns exercícios específicos, a respiração durante o pranayama precisa manter sempre certas qualidades. Ela deve ser: profunda, completa, consciente, ritmada, controlada, uniforme, lenta, silenciosa, nasal e com a mínima projeção do ar. Veremos separadamente cada uma dessas particularidades.
1) Profunda. A respiração yogika é ampla, utilizando a totalidade da capacidade pulmonar. Respirar profundamente significa usar a estrutura ósseo-muscular do tronco para otimizar a assimilação do ar. Ao respirar, toda a musculatura do tronco participa do processo, porém, nunca devemos elevar nem movimentar os ombros.
2) Completa. Isso significa que devemos utilizar as três fases da respiração em cada exercício que fazemos: abdominal, intercostal e clavicular. Observe sempre que os pulmões devem encher-se primeiramente na parte baixa, logo na parte média e finalmente na parte alta, esvaziando-se de forma inversa.
3) Consciente. Durante o pranayama procure sempre estar presente no exercício que estiver fazendo, observando a cada instante os efeitos que a técnica está desencadeando dentro de si. Sem consciência não há concentração possível.
4) Ritmada. Tudo é ritmo na Natureza; nós não somos a exceção. A cadência é extremamente importante, pois é o que nos permite projetar o exercício no tempo. Existe uma estreita relação entre o ritmo e os estados profundos da consciência: mantendo um ritmo cadenciado conseguiremos tirar muito mais proveito dos exercícios.
5) Controlada. Precisamos evitar ficar sem fôlego. Caso sinta que está perdendo o domínio por não conseguir acompanhar a contagem dos tempos estabelecidos, opte por reduzir esses tempos, para conseguir manter o ritmo de acordo com a sua capacidade pulmonar individual.
6) Uniforme. Em nenhum momento devemos permitir que o fluxo de ar se interrompa ou que se altere a sua assimilação progressiva. Em outras palavras, devemos encher os pulmões de forma gradual e constante, sem dar arrancadas bruscas no início da inalação ou fazer força excessiva para expulsar o ar.
7) Lenta. A respiração deve ser tão lenta quanto for possível. Considere que durante o pranayama ela deve ser ainda mais lenta que a de uma pessoa que dorme. Trabalhe no sentido de torná-la cada vez mais pausada. Com a prática, você perceberá que poderá alterar não apenas o ritmo pulmonar, mas também o ritmo cardíaco à sua vontade.
8) Silenciosa. Também devemos esforçar-nos por manter o ar fluindo da forma mais silenciosa possível. Para ter uma ideia disto, considere que ninguém além de você deve ouvir a sua respiração durante a prática. Atenção obviamente às exceções: bhastrika, bhramari e ujjayi.
9) Nasal. Os cílios das narinas filtram as impurezas que estão em suspensão no ar. Ao inspirar pela boca, você permite que elas entrem diretamente nos pulmões, o que pode provocar diversos males. Esta é a pior maneira de respirar. Evite-a a qualquer preço. São raros os pranayamas que a utilizam: apenas shitali e shitkari, com o único objetivo de aliviar a sensação de calor, cansaço, fome ou sede.
10) Com a mínima projeção do ar. A compreensão do conceito de comprimento do alento é fundamental para atingir a perfeição na respiração yogika. O comprimento do alento é aquela distância í qual podemos perceber o ar que sai pelas fossas nasais. Coloque a sua mão alguns palmos abaixo das narinas. Se você exalar com força sentirá o sopro chegando nela. Expirando com a mínima projeção do alento o fluxo do ar será imperceptível, mesmo mantendo a mão bem perto do nariz. Quanto menor for essa projeção, maior será o controle do prana. Para sentir mais facilmente o ar na palma da mão, sugerimos umedecê-la.
Leia na sequência:
O que é pranayama?
Características da respiração yogika
Exercícios respiratórios básicos
- Texto extraído das páginas 50 a 52 da 2ª edição, de maio de 2000, do livro Guia de Meditação (1997), de Pedro Kupfer (1966-), e também publicado em 23 de julho de 2000 em yoga.pro.br, o site do Pedro [↩]
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