Ashtanga Yoga, o Yoga de Patañjali
Pedro Kupfer (1966-), do yoga.pro.br (1)
Ashtanga Yoga é o sistema organizado pelo sábio Patañjali no Yoga Sutra. Esse sistema tem oito (ashta) partes (angas): yama, niyama, asana, pranayama, pratyahara, dharana, dhyana e samadhi.
As duas primeiras partes, yama e niyama, são as proscrições (não ferir, não mentir, não roubar, não desvirtuar a sexualidade e não cobiçar nem se apegar), e prescrições (pureza, contentamento, austeridade, auto-estudo e auto-entrega ao Senhor) éticas.
Asana, o terceiro estágio, são as posturas físicas e o trabalho sobre o corpo. A posição correta permite a prática de pranayama e pratyahara, os próximos passos.
Pranayama é o processo de expansão da energia vital, usando a respiração. Essas técnicas fortalecem o sistema nervoso, regulam o metabolismo e nos ajudam a manter sob controle as emoções, atitudes e pensamentos.
Pratyahara, a retração dos sentidos, é a faculdade de liberar a atividade sensorial do domínio das imagens exteriores. Serve para desvincular-nos da invasão das coisas do mundo exterior. Sem ele, é impossível alcançar a meditação.
Asana, pranayama e pratyahara não são fins em si mesmos: objetivam unicamente dar ao praticante uma infraestrutura física e mental firme para que possa suportar as transformações decorrentes do despertar da energia potencial, a kundalini. Através dessas técnicas preliminares, úteis também para superar os obstáculos iniciais (dúvida, preguiça, angústia, dispersão, etc), o yogi se prepara para o objetivo final, que começa com a concentração.
Dharana, a concentração em um ponto só, se faz para limitar a atividade da consciência ao interior de um objeto. Essa unidirecionalidade da consciência não pode conseguir-se sem prática regular. Paradoxalmente, na prática de concentração não devemos forçar as coisas nem entrar em conflito com a nossa mente. Uma concentração forçada não é real, pois só provocará mais tensão.
Dhyana, a meditação, consiste em parar o fluxo do pensamento. A meditação é o resultado espontâneo da concentração da consciência, e constitui a preparação necessária para se atingir o objetivo do Yoga, o estado de iluminação. A meditação não pode ensinar-se. A rigor, instruções sobre como meditar terminam na concentração. Depois, o praticante deve continuar sozinho.
Samadhi é o estado de iluminação, em que o yogi se absorve no Purusha, a Consciência Universal. No samadhi, ele se defronta face a face com experiências totalmente inacessíveis através do instinto ou da razão.
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As duas primeiras partes, yama e niyama, são as proscrições (não ferir, não mentir, não roubar, não desvirtuar a sexualidade e não cobiçar nem se apegar), e prescrições (pureza, contentamento, austeridade, auto-estudo e auto-entrega ao Senhor) éticas.
Asana, o terceiro estágio, são as posturas físicas e o trabalho sobre o corpo. A posição correta permite a prática de pranayama e pratyahara, os próximos passos.
Pranayama é o processo de expansão da energia vital, usando a respiração. Essas técnicas fortalecem o sistema nervoso, regulam o metabolismo e nos ajudam a manter sob controle as emoções, atitudes e pensamentos.
Pratyahara, a retração dos sentidos, é a faculdade de liberar a atividade sensorial do domínio das imagens exteriores. Serve para desvincular-nos da invasão das coisas do mundo exterior. Sem ele, é impossível alcançar a meditação.
Asana, pranayama e pratyahara não são fins em si mesmos: objetivam unicamente dar ao praticante uma infraestrutura física e mental firme para que possa suportar as transformações decorrentes do despertar da energia potencial, a kundalini. Através dessas técnicas preliminares, úteis também para superar os obstáculos iniciais (dúvida, preguiça, angústia, dispersão, etc), o yogi se prepara para o objetivo final, que começa com a concentração.
Dharana, a concentração em um ponto só, se faz para limitar a atividade da consciência ao interior de um objeto. Essa unidirecionalidade da consciência não pode conseguir-se sem prática regular. Paradoxalmente, na prática de concentração não devemos forçar as coisas nem entrar em conflito com a nossa mente. Uma concentração forçada não é real, pois só provocará mais tensão.
Dhyana, a meditação, consiste em parar o fluxo do pensamento. A meditação é o resultado espontâneo da concentração da consciência, e constitui a preparação necessária para se atingir o objetivo do Yoga, o estado de iluminação. A meditação não pode ensinar-se. A rigor, instruções sobre como meditar terminam na concentração. Depois, o praticante deve continuar sozinho.
Samadhi é o estado de iluminação, em que o yogi se absorve no Purusha, a Consciência Universal. No samadhi, ele se defronta face a face com experiências totalmente inacessíveis através do instinto ou da razão.
- Texto extraído das páginas 23 a 25 da 3ª edição, de fevereiro de 2001, do livro Yoga Prático, de Pedro Kupfer (1966-), e também publicado em 24 de julho de 2000 em yoga.pro.br, o site do Pedro [↩]
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