Uma outra maneira de ver os chakras
Tales Nunes, do Vida de Yoga (1)
Sempre ouvimos que os chakras deveriam ser visualizados ou sentidos. Como não conseguimos vê-los ou senti-los em toda a complexidade que é apresentada pelo Tantra, propomos interpretá-los de uma maneira diferente. Sugerimos, neste artigo, apenas pensarmos sobre os chakras.
Acreditamos que o caminho à iluminação proposto pela prática tântrica pode ser pensada como uma simbologia da nossa própria trajetória de vida e da nossa busca pessoal pela espiritualidade, ou melhor, pela liberação.
De acordo com o Vedanta, independentemente de etnia, nacionalidade ou crença, são quatro as buscas dos seres humanos: artha (segurança), kama (prazer), dharma (o correto agir) e moksha (a libertação).
É dito que as tendências do muladhara chakra em desequilíbrio seriam a inércia, posse, medo, apego, rigidez, cobiça, avidez, bloqueio na comunicação, tendência de ser manipulado, credulidade, dificuldade em dar e receber e possessividade. Algumas dessas tendências são citadas por Patañjali como obstáculos para permanecermos na nossa verdadeira natureza. Da mesma forma, se observarmos as qualidades ditas sobre esse mesmo chakra, quando ele está equilibrado (sobrevivência, solidez, autoconfiança, materialidade, boa comunicação, relação sadia com a matéria, capacidade de transcender limites e discernimento), elas são citadas em vários textos, inclusive no Yoga Sutra, como as qualidades sugeridas para o aspirante a moksha.
Na busca por saciar seus desejos, o indivíduo sai para o mundo. O desejo é o motor da ação e para a transformação do mundo à sua maneira. Tudo e todos são vistos como um meio para que o indivíduo obtenha segurança e prazer. Nasce dentro de si o desejo de controlar o mundo, pois as ações do indivíduo estão centradas no seu próprio umbigo – local onde está localizado o manipura chakra.
Por muito tempo a pessoa pode ficar presa no seu impulso de controle do mundo para obter a sua segurança e o seu prazer. Quando algo sai diferente do que planejado, a pessoa enraivece-se, pois não consegue se conformar com a ideia de não ter controle sobre o mundo externo. Para conseguir os seus dois objetivos, a pessoa muitas vezes esquece os valores e a ética, porque o que está em primeiro lugar é si mesmo, em lugar dos outros. Muitos podem permanecer nessa incessante busca por toda a vida. Então pode-se dizer que a pessoa ficou presa no manipura chakra, ou apenas que ela estacionou no seu desejo por segurança e prazer.
Se observarmos as latências mentais referentes a esses chakras em desequilíbrio (agressividade, violência, excessos, vergonha, autodestruição, obsessão sexual, domínio, solidão, egoísmo, vontade de domínio sobre os demais, distorção da sexualidade, ambição, arrogância e raiva), vemos que essas emoções são obstáculos para a libertação. E, ao mesmo tempo, valor, coragem, reações positivas ante os obstáculos, criatividade, vitalidade, domínio sobre as paixões, bem-estar, poder, consciência do eu, impulso pelo autoconhecimento, confiança e discernimento são valores e qualidades muito parecidas com as citadas por Krishna na Bhagavad Gita e por Patañjali no Yoga Sutra como imprescindíveis para o autoconhecimento.
Se alguém então diz que o anahata chakra está desequilibrado é porque a pessoa sente passividade, falta de motivação ou confiança, angústia, desespero, aversão, ódio e agressividade, e essas qualidades não são muito diferentes dos obstáculos citados por Patañjali no sutra 30: inércia, dúvida, negligência, preguiça, volubilidade, equivocação, inconstância e instabilidade.
Sabemos que amor, solidariedade, manter uma relação com Ishvara (o Todo), alegria, autoridade, compreensão, generosidade, nobreza e compaixão, qualidades do que consideramos de um anahata equilibrado, são valores que nos ajudam a ter uma mente satisfeita com a pessoa que nós somos.
Alcançar essa retidão faz parte de um intenso processo de purificação (vishuddha chakra significa “grande purificador”), de deixar para trás o que não precisamos. Viveka (questionamento) e vairagya (desapego) são essenciais nesse processo. Cada vez mais atenção é necessária em direção ao nosso dia a dia. A prática principal não é feita de olhos fechados ou com a atenção fixa em alguma parte do corpo, mas com a atenção plena nas pequenas ações diárias. Para isso, refletir e questionar, para se lembrar o que é mais importante na vida, e se desapegar para simplificar, para não se perder no caminho, são qualidades fundamentais.
Questionamento e desapego são precisos para que possamos trilhar o caminho do autoconhecimento. É o questionamento que nos torna capazes de refletirmos sobre nós mesmos. Apenas quando estamos alinhados é que podemos ter a paz e a tranquilidade necessárias para escutar os ensinamentos dos mestres, e, a partir disso, refletir e posteriormente colocar em prática o que foi escutado e apreciado.
Quando o vishuddha está em desequilíbrio, é dito que sentimos conflito de autoimagem, dificuldade em expressar o que pensamos e sentimos, ganância, insensatez e negatividade. Se observarmos com cuidado, veremos que esses são vrttis de pessoas que são divididas, que mentem, que negligenciam a verdade e que agem em desacordo com os valores universais. Acreditamos que isso seja uma simbologia de que precisamos trabalhar a retidão. Assim, adquirimos o que é dito como as características positivas desse chakra: capacidade de reflexão, criatividade, receptividade, expressão, intuição, magnetismo e compreensão do subconsciente, e assim usamos a nossa energia para estarmos atentos e nos mantermos no caminho ao autoconhecimento.
Apenas uma mente tranquila é capaz de olhar para si mesma com compaixão para reconhecer o apego, o medo, o desejo e a raiva, e aceitar que tudo isso faz parte do seu ser, mas que a pessoa não é apenas esses aspectos. Em si jaz um ser liberto, pleno e completo. Somos seres que temos, como Ganesha, nas suas representações, um pé tocando o chão e outro fora dele. Um em contato com o mundo da matéria e o que há de mais denso no universo: apego, medo da morte e desejo de controlar o mundo exterior; e o outro simbolizando a nossa conexão com o divino, com a consciência sutil que é a causa de todo o Universo e que é refletida no que temos de mais sutil em nós, a nossa mente, a qual, por meio da consciência, ilumina o mundo ao nosso redor e elimina a nossa ignorância sobre ele, sobre nós e sobre a existência.
Dentro dessa visão, essa energia não seria algo físico que, quando desperto, liberta-nos das latências mentais negativas como num passe de mágica e instantaneamente nos faz adquirir latências mentais positivas. Essa energia seria o esforço, o discernimento, a atentividade e a compreensão de que essas latências mentais existem, mas eu não sou elas. Eu permaneço na verdadeira natureza do sujeito.
Kundalini é a energia necessária, no nosso dia a dia, na hora de nos relacionarmos com o mundo e de fazermos as ações, para que essas latências mentais “negativas” não tirem a nossa consciência do Ser pleno que somos e para que possamos nos manter em Yoga e agirmos, então, sem nos identificarmos com os vrttis. Como nos ensina Patañjali: “Yogashchittavrtti nirodha“.
O conhecimento de si mesmo é o reconhecimento de que não somos apenas a mente que julga e que anseia por controle, mas sim a consciência que a ilumina e que está acima dela, como o sahashara chakra, que está acima de todos os outros chakras.
Quando reconhecemos isso, nos estabelecemos na nossa própria natureza, que é divina. O ser está liberto. Ele continua conectado com a terra, aterrado e sentindo tudo o que todos os seres humanos sentem, todas as latências dos chakras: medo, ansiedade e raiva.
No entanto, ao mesmo tempo, ele sempre reconhece-se como o Todo, como pura Consciência que ilumina todos os aspectos de si mesmo, que é a causa, que está na base e acima de todas as suas tendências como ser humano. Mas ele está liberto, pois não se identifica com elas, apenas as reconhece.
E ri. O sábio ri de si mesmo, dos outros e das armadilhas que a mente constrói para nos aprisionar. Mesmo que essa armadilha seja tentar controlar os chakras.
O sábio, em realidade, está consciente dos chakras e das suas influências sobre si mesmo, pois os chakras são os nossos condicionamentos, as nossas emoções, o nosso corpo. Ele, porém, reconhece-se como o Ser que observa e que está fora da influência dos chakras. O sábio está livre das suas influências, sejam positivas ou negativas.
» por Sempre ouvimos que os chakras deveriam ser visualizados ou sentidos. Como não conseguimos vê-los ou senti-los em toda a complexidade que é apresentada pelo Tantra, propomos interpretá-los de uma maneira diferente. Sugerimos, neste artigo, apenas pensarmos sobre os chakras.
Acreditamos que o caminho à iluminação proposto pela prática tântrica pode ser pensada como uma simbologia da nossa própria trajetória de vida e da nossa busca pessoal pela espiritualidade, ou melhor, pela liberação.
De acordo com o Vedanta, independentemente de etnia, nacionalidade ou crença, são quatro as buscas dos seres humanos: artha (segurança), kama (prazer), dharma (o correto agir) e moksha (a libertação).
Muladhara e a segurança
A primeira preocupação do ser humano é com a sua segurança. Todas as nossas ações básicas têm como objetivo nos trazer a preservação da vida. O primeiro chakra, muladhara, é dito ser responsável pelo instinto de sobrevivência, pelo apego às coisas materiais e pelo medo. Ou seja, podemos entender o primeiro chakra e os bloqueios relacionados a ele como esse nosso anseio natural por segurança. Dentro do caminho em busca da liberdade, é necessário trabalhar as emoções e sentimentos relacionados a esse primeiro chakra.É dito que as tendências do muladhara chakra em desequilíbrio seriam a inércia, posse, medo, apego, rigidez, cobiça, avidez, bloqueio na comunicação, tendência de ser manipulado, credulidade, dificuldade em dar e receber e possessividade. Algumas dessas tendências são citadas por Patañjali como obstáculos para permanecermos na nossa verdadeira natureza. Da mesma forma, se observarmos as qualidades ditas sobre esse mesmo chakra, quando ele está equilibrado (sobrevivência, solidez, autoconfiança, materialidade, boa comunicação, relação sadia com a matéria, capacidade de transcender limites e discernimento), elas são citadas em vários textos, inclusive no Yoga Sutra, como as qualidades sugeridas para o aspirante a moksha.
Svadhisthana, Manipura e o prazer
O segundo chakra é chamado de “o fundamento de si próprio“. Esse chakra está relacionado à sexualidade, o pai de todos os nossos desejos. Depois de termos resolvido a nossa busca por segurança, dizem os Vedas, é natural que busquemos prazer. Prazer por meio da sexualidade e da sensualidade. O “fundamento de si próprio”, nome dado a esse chakra, indica-nos a consciência que o indivíduo tem de si mesmo, de sua individualidade. Antes do ego ser questionado, é necessário ser sedimentado. O indivíduo ainda encontra-se centrado no eu. Eu enquanto individualidade e personalidade. Mas enquanto grudado ao ego, o indivíduo buscará apenas a saciedade de seus desejos pessoais.Na busca por saciar seus desejos, o indivíduo sai para o mundo. O desejo é o motor da ação e para a transformação do mundo à sua maneira. Tudo e todos são vistos como um meio para que o indivíduo obtenha segurança e prazer. Nasce dentro de si o desejo de controlar o mundo, pois as ações do indivíduo estão centradas no seu próprio umbigo – local onde está localizado o manipura chakra.
Por muito tempo a pessoa pode ficar presa no seu impulso de controle do mundo para obter a sua segurança e o seu prazer. Quando algo sai diferente do que planejado, a pessoa enraivece-se, pois não consegue se conformar com a ideia de não ter controle sobre o mundo externo. Para conseguir os seus dois objetivos, a pessoa muitas vezes esquece os valores e a ética, porque o que está em primeiro lugar é si mesmo, em lugar dos outros. Muitos podem permanecer nessa incessante busca por toda a vida. Então pode-se dizer que a pessoa ficou presa no manipura chakra, ou apenas que ela estacionou no seu desejo por segurança e prazer.
Se observarmos as latências mentais referentes a esses chakras em desequilíbrio (agressividade, violência, excessos, vergonha, autodestruição, obsessão sexual, domínio, solidão, egoísmo, vontade de domínio sobre os demais, distorção da sexualidade, ambição, arrogância e raiva), vemos que essas emoções são obstáculos para a libertação. E, ao mesmo tempo, valor, coragem, reações positivas ante os obstáculos, criatividade, vitalidade, domínio sobre as paixões, bem-estar, poder, consciência do eu, impulso pelo autoconhecimento, confiança e discernimento são valores e qualidades muito parecidas com as citadas por Krishna na Bhagavad Gita e por Patañjali no Yoga Sutra como imprescindíveis para o autoconhecimento.
Anahata e o Dharma
Num determinado ponto da sua vida, ao refletir sobre as suas ações e as suas consequências, a pessoa pode reconhecer a importância dos valores na sua vida. As ações guiadas pelos valores universais trazem para si uma tranquilidade mental e uma paz no coração (anahata chakra) que vale mais do que qualquer outro ganho. A pessoa pode seguir na busca por segurança e por prazer, mas, ao reconhecer a importância dos valores, estes guiarão suas ações nesta busca. É como se o centro de atenção da pessoa mudasse de si mesmo para o todo, pois reconhece que o que ela deseja que os outros façam para ela é exatamente o que ela deve fazer pelos outros. O praticante continua pensando em si, pois ele reconhece o valor que existe para ele em seguir o que é correto, mas as suas ações são inofensivas ou benéficas aos outros.Se alguém então diz que o anahata chakra está desequilibrado é porque a pessoa sente passividade, falta de motivação ou confiança, angústia, desespero, aversão, ódio e agressividade, e essas qualidades não são muito diferentes dos obstáculos citados por Patañjali no sutra 30: inércia, dúvida, negligência, preguiça, volubilidade, equivocação, inconstância e instabilidade.
Sabemos que amor, solidariedade, manter uma relação com Ishvara (o Todo), alegria, autoridade, compreensão, generosidade, nobreza e compaixão, qualidades do que consideramos de um anahata equilibrado, são valores que nos ajudam a ter uma mente satisfeita com a pessoa que nós somos.
Vishuddha e o alinhamento dos chakras
Dentro da interpretação que propomos, o alinhamento dos chakras pode ser pensado como o próprio alinhamento pessoal. Como a busca pelo agir correto. Arjuna, o protetor do dharma na Bhagavad Gita, carrega em seu nome o nobre significado da palavra, “alinhado”, “reto”. Estarmos alinhados significa sermos Arjunas, estarmos comprometidos com o agir correto, com a retidão. Quando comprometidos com os valores universais, não apenas as nossas ações, mas as nossas palavras são um reflexo desses valores.Alcançar essa retidão faz parte de um intenso processo de purificação (vishuddha chakra significa “grande purificador”), de deixar para trás o que não precisamos. Viveka (questionamento) e vairagya (desapego) são essenciais nesse processo. Cada vez mais atenção é necessária em direção ao nosso dia a dia. A prática principal não é feita de olhos fechados ou com a atenção fixa em alguma parte do corpo, mas com a atenção plena nas pequenas ações diárias. Para isso, refletir e questionar, para se lembrar o que é mais importante na vida, e se desapegar para simplificar, para não se perder no caminho, são qualidades fundamentais.
Questionamento e desapego são precisos para que possamos trilhar o caminho do autoconhecimento. É o questionamento que nos torna capazes de refletirmos sobre nós mesmos. Apenas quando estamos alinhados é que podemos ter a paz e a tranquilidade necessárias para escutar os ensinamentos dos mestres, e, a partir disso, refletir e posteriormente colocar em prática o que foi escutado e apreciado.
Quando o vishuddha está em desequilíbrio, é dito que sentimos conflito de autoimagem, dificuldade em expressar o que pensamos e sentimos, ganância, insensatez e negatividade. Se observarmos com cuidado, veremos que esses são vrttis de pessoas que são divididas, que mentem, que negligenciam a verdade e que agem em desacordo com os valores universais. Acreditamos que isso seja uma simbologia de que precisamos trabalhar a retidão. Assim, adquirimos o que é dito como as características positivas desse chakra: capacidade de reflexão, criatividade, receptividade, expressão, intuição, magnetismo e compreensão do subconsciente, e assim usamos a nossa energia para estarmos atentos e nos mantermos no caminho ao autoconhecimento.
Apenas uma mente tranquila é capaz de olhar para si mesma com compaixão para reconhecer o apego, o medo, o desejo e a raiva, e aceitar que tudo isso faz parte do seu ser, mas que a pessoa não é apenas esses aspectos. Em si jaz um ser liberto, pleno e completo. Somos seres que temos, como Ganesha, nas suas representações, um pé tocando o chão e outro fora dele. Um em contato com o mundo da matéria e o que há de mais denso no universo: apego, medo da morte e desejo de controlar o mundo exterior; e o outro simbolizando a nossa conexão com o divino, com a consciência sutil que é a causa de todo o Universo e que é refletida no que temos de mais sutil em nós, a nossa mente, a qual, por meio da consciência, ilumina o mundo ao nosso redor e elimina a nossa ignorância sobre ele, sobre nós e sobre a existência.
Kundalini
Podemos então dizer que despertar a kundalini é usar nossa atentividade e energia para nos desidentificarmos das nossas latências mentais. Essa kundalini deve subir, então, da base, da nossa necessidade por segurança. Passa pelo segundo e terceiro chakras, que estão relacionados à busca pelo prazer. Chega ao quarto chakra, que está relacionado ao agir correto, ao dharma, e traz a purificação, que está relacionada ao quinto chakra. E finalmente a kundalini alcança os dois últimos, que representam nossa busca final por moksha, a libertação.Dentro dessa visão, essa energia não seria algo físico que, quando desperto, liberta-nos das latências mentais negativas como num passe de mágica e instantaneamente nos faz adquirir latências mentais positivas. Essa energia seria o esforço, o discernimento, a atentividade e a compreensão de que essas latências mentais existem, mas eu não sou elas. Eu permaneço na verdadeira natureza do sujeito.
Kundalini é a energia necessária, no nosso dia a dia, na hora de nos relacionarmos com o mundo e de fazermos as ações, para que essas latências mentais “negativas” não tirem a nossa consciência do Ser pleno que somos e para que possamos nos manter em Yoga e agirmos, então, sem nos identificarmos com os vrttis. Como nos ensina Patañjali: “Yogashchittavrtti nirodha“.
Ajña, Sahasrara e a liberdade
É a mente que, ao mesmo tempo, tem o poder de nos aprisionar e de nos libertar. Por isso que o sexto chakra é chamado de ajña, “chakra do comando”. Quando em contato com o conhecimento de si mesmo e quando desenvolvida uma compreensão sobre si mesmo, sobre o funcionamento da mente, o indivíduo tem a capacidade de ser livre, pois reconhece que não é apenas a personalidade, as latências mentais que são relacionadas aos chakras, mas que elas fazem parte de si.O conhecimento de si mesmo é o reconhecimento de que não somos apenas a mente que julga e que anseia por controle, mas sim a consciência que a ilumina e que está acima dela, como o sahashara chakra, que está acima de todos os outros chakras.
Quando reconhecemos isso, nos estabelecemos na nossa própria natureza, que é divina. O ser está liberto. Ele continua conectado com a terra, aterrado e sentindo tudo o que todos os seres humanos sentem, todas as latências dos chakras: medo, ansiedade e raiva.
No entanto, ao mesmo tempo, ele sempre reconhece-se como o Todo, como pura Consciência que ilumina todos os aspectos de si mesmo, que é a causa, que está na base e acima de todas as suas tendências como ser humano. Mas ele está liberto, pois não se identifica com elas, apenas as reconhece.
E ri. O sábio ri de si mesmo, dos outros e das armadilhas que a mente constrói para nos aprisionar. Mesmo que essa armadilha seja tentar controlar os chakras.
O sábio, em realidade, está consciente dos chakras e das suas influências sobre si mesmo, pois os chakras são os nossos condicionamentos, as nossas emoções, o nosso corpo. Ele, porém, reconhece-se como o Ser que observa e que está fora da influência dos chakras. O sábio está livre das suas influências, sejam positivas ou negativas.
- Artigo originalmente publicado em 19 de novembro de 2009 em vidadeyoga.com.br, o site do Tales. [↩]
Incrível a vastidão que podem ter nossas conquistas, que, segundo o mestre Hermógenes, se figuram no vencer os nossos vícios e tendências, mais do que conquistar o universo exterior. Parece que, ao nascermos, já adquirimos medo de perder, justamente pelo fato de que nosso nascimento pode, subconscientemente, nos trazer uma sensação de que estamos perdendo nossa zona de conforto, o útero materno. Assim, em cada abertura de consciência, somos mais poderosos do que as dificuldades que aparecem. A alegria, a segurança e o prazer tornam leve nosso coração.
Muita gratidão por esse teu tão rico comentário, Geraldo!
Eu sou uma admiradora de Tales Nunes. Leio os seus livros, os seus artigos, frequento o seu site… é como se eu o conhecesse. Ele é atemporal! Gostei muito desse seu artigo!
Que ótimo, Sônia, fico muito feliz em saber e gratíssimo por esse teu comentário!
Adorei tudo, muito proveitoso.
Que maravilha, Simone! Fico muito feliz e muitíssimo grato por esse teu comentário!
Muito bom ler esse texto. Também vejo os chakras e a kundalini dessa forma. Não como um poder que tem o passe de mágica para nos transformar, mas sim como um reflexo da nossa autotransformação consciente. Perfeita a colocação de que o alinhamento dos chakras é o alinhamento do caráter, da retidão. Namaste!
Que bom que você gostou, Adriana, e te agradecemos imensamente por esse teu tão rico comentário. Namaste!