O que é Yoga? por Rosana Biondillo
Rosana Biondillo (1)
Aparentemente, não há mistérios quanto ao significado mais difundido da palavra sânscrita Yoga, ou seja, união de todas as dualidades da existência. Mas quando tenta-se chegar a uma interpretação mais abrangente sobre os conteúdos das práticas de Yoga, tudo se torna mais árido e sutil.
Isso acontece porque ainda, em pleno século vinte e um, costuma-se pensar que o Yoga é uma religião; outros afirmam que é uma ciência; muitos documentam que é uma filosofia; há ainda outros tantos que o consideram uma psicologia, uma terapia, uma fisiologia, uma dança, uma atividade física…
E todos, de alguma maneira, vão considerá-lo uma forma de misticismo. Afinal de contas, os mistérios do Oriente povoam o imaginário coletivo de maneira quase sempre fantasiosa e envolta em ares de mistério.
Somando-se a isso, há o fato comum de se pensar que há apenas um sistema de Yoga e que todas as, assim denominadas, escolas de Yoga são uma única e mesma coisa. Se em essência esse conceito pode ser considerado verdadeiro, isto é, Yoga é Yoga independentemente de seu formato externo e do agrupamento de suas técnicas, já como um fenômeno multifacetado que é, essa realidade é alterada, complicada e constantemente deturpada.
Vários pesquisadores conceituados transformaram essa pergunta numa busca incessante que preencheu e continua a preencher toda uma existência. Porém, como não há como chegar a um consenso amplo sobre o significado do Yoga, ao invés de partir das diferenças, torna-se mais produtivo e menos desgastante buscar as semelhanças para chegar a explicações plausíveis. E, nesse sentido, o que todos os ramos e sistemas de Yoga têm em comum é o fato de estarem ligados a um estado de ser ou de consciência realmente extraordinário e especial, ao qual dá-se o nome de Samadhi – também conhecido como iluminação, auto realização e integração. A experiência desse estado tornou-se a meta do Yoga de acordo com os seus mais variados ramos e sistemas. Portanto, Yoga é Samadhi – um estado que não pode ser satisfatoriamente descrito, mas que apenas se experimenta, se vivencia.
Todos os grandes mestres de Yoga preferiram manter silêncio sobre essa experiência, dizendo que não há palavras suficientes para descrevê-la. Swami Sivananda costumava dizer que não se pode expressar o sabor de uma maçã para quem não a tenha saboreado, nem se pode explicar a natureza da cor a um homem cego. Como então explicar o que é o Samadhi?
A receita, contudo, dizem eles, é simples (embora não seja nada fácil!): praticar e estudar muito para que você mesmo possa saborear e perceber por si próprio aquilo que a limitação das palavras e dos sentidos não consegue expressar de fato.
» por Aparentemente, não há mistérios quanto ao significado mais difundido da palavra sânscrita Yoga, ou seja, união de todas as dualidades da existência. Mas quando tenta-se chegar a uma interpretação mais abrangente sobre os conteúdos das práticas de Yoga, tudo se torna mais árido e sutil.
Isso acontece porque ainda, em pleno século vinte e um, costuma-se pensar que o Yoga é uma religião; outros afirmam que é uma ciência; muitos documentam que é uma filosofia; há ainda outros tantos que o consideram uma psicologia, uma terapia, uma fisiologia, uma dança, uma atividade física…
E todos, de alguma maneira, vão considerá-lo uma forma de misticismo. Afinal de contas, os mistérios do Oriente povoam o imaginário coletivo de maneira quase sempre fantasiosa e envolta em ares de mistério.
Somando-se a isso, há o fato comum de se pensar que há apenas um sistema de Yoga e que todas as, assim denominadas, escolas de Yoga são uma única e mesma coisa. Se em essência esse conceito pode ser considerado verdadeiro, isto é, Yoga é Yoga independentemente de seu formato externo e do agrupamento de suas técnicas, já como um fenômeno multifacetado que é, essa realidade é alterada, complicada e constantemente deturpada.
Vários pesquisadores conceituados transformaram essa pergunta numa busca incessante que preencheu e continua a preencher toda uma existência. Porém, como não há como chegar a um consenso amplo sobre o significado do Yoga, ao invés de partir das diferenças, torna-se mais produtivo e menos desgastante buscar as semelhanças para chegar a explicações plausíveis. E, nesse sentido, o que todos os ramos e sistemas de Yoga têm em comum é o fato de estarem ligados a um estado de ser ou de consciência realmente extraordinário e especial, ao qual dá-se o nome de Samadhi – também conhecido como iluminação, auto realização e integração. A experiência desse estado tornou-se a meta do Yoga de acordo com os seus mais variados ramos e sistemas. Portanto, Yoga é Samadhi – um estado que não pode ser satisfatoriamente descrito, mas que apenas se experimenta, se vivencia.
Todos os grandes mestres de Yoga preferiram manter silêncio sobre essa experiência, dizendo que não há palavras suficientes para descrevê-la. Swami Sivananda costumava dizer que não se pode expressar o sabor de uma maçã para quem não a tenha saboreado, nem se pode explicar a natureza da cor a um homem cego. Como então explicar o que é o Samadhi?
A receita, contudo, dizem eles, é simples (embora não seja nada fácil!): praticar e estudar muito para que você mesmo possa saborear e perceber por si próprio aquilo que a limitação das palavras e dos sentidos não consegue expressar de fato.
- Visite o Blog da Rosana em shantipranayoga.blogspot.com [↩]
Que ótimo texto! A autora conseguiu em poucas linhas sintetizar bem o que é o Yoga. Gostamos bastante da forma e simplicidade que ela escreveu. Parabéns por mais esse artigo, Cristiano! Namaste e tudo de OM!
Que bom que vocês gostaram tanto assim, queridos Lucas e Camila! Fico realmente muito feliz em saber! Muitíssimo grato, namaste e tudo de OM pra vocês também.