O que é vinyasa krama?
» por Karin Heuser Wolff (1)
Em todos os aspectos da prática do Yoga, é bom manter uma filosofia em mente: vinyasa krama. Nyasa significa colocar, dirigir, e, o prefixo vi, de uma forma especial; krama significa passo. Vinyasa krama se refere à forma com a qual abordamos a prática mental e fisicamente. Não basta apenas dar um passo. Esse passo precisa nos levar para a direção correta e precisa ser dado da maneira correta.
Vinyasa krama descreve um método de Yoga corretamente organizado. Nós observamos como progredimos, gradualmente, com total atenção, passo a passo. A ideia de dirigir a nossa atenção cuidadosamente nos ajuda a permanecer presentes e focalizados. Então, vinyasa não se refere somente ao movimento físico da prática, mas à atitude com a qual nós abordamos a prática. Independentemente se a prática é de asana, pranayama ou outro aspecto do Yoga.
Um yogi famoso da antiguidade, chamado Vamana, disse que sem vinyasa os asanas do Yoga não podem ser dominados. O conceito de vinyasa krama é útil não somente para a prática de asanas, mas para organizar vários aspectos da nossa vida diária.
Você inicia a sua prática a partir do lugar onde você está e com um certo objetivo em mente. Então você escolhe os passos que irão lhe conduzir à compreensão desse objetivo, e depois você volta à sua vida cotidiana. Mas não exatamente para o ponto onde você estava ao iniciar a prática. A prática muda o seu ser.
Vinyasa também significa movimento e respiração. Durante a prática eles:
mantêm o calor do corpo, o que é essencial para tapas (sadhana, disciplina); retornam o corpo ao ponto-morto depois de qualquer postura; desenvolvem força, concentração e foco.
O primeiro passo da prática de Yoga é conscientemente ligar a respiração com o corpo. Fazemos isso permitindo que todos os movimentos sejam liderados pela respiração enquanto praticamos asanas. O elo correto de respiração e movimento é a base para toda a prática correta de asanas. O simples exercício de elevar os braços inalando e baixar os braços na exalação nos ajuda a encontrar o ritmo de respiração e movimento combinados.
Normalmente não somos conscientes da nossa respiração. Ela é um processo automático e feita sem que percebamos. Para que a respiração e o movimento sejam coordenados, nossa mente deve perceber atentamente a união entre os dois.
É aconselhável aprender as posturas uma a uma, junto com o nome do asana, o vinyasa para a postura e o drsti. Depois de aprender corretamente a primeira série do Ashtanga Vinyasa Yoga, e ficar latente a sua dedicação de constância na prática, posições intermediárias são ensinadas.
Ao aprender as séries intermediárias pela primeira vez (segunda série em diante), o aconselhável é fazer a primeira série completa até o setubandhasana, e então adicionar o novo asana intermediário. Isso deve acontecer até o karandavasana. Então, pode-se dividir a sequência, e não é mais necessário se fazer a primeira série completa. Esse método desenvolve perseverança e concentração.
O mesmo processo corre no aprendizado das séries avançadas. Quando praticando as séries intermediárias ou avançadas já separadas, o processo usual é parar de fazer posições estáticas depois de parshvottanasana ou ardha baddha padmottanasana e começar o vinyasa para aquela série a partir dali. Todas as sequências devem ser completadas com back-bending, invertidas e as posturas sentadas finais, tanto quanto possível.
- Visite o perfil da Karin no Instagram em instagram.com/karinwolffau e o seu canal no YouTube em youtube.com/channel/VidadeYogini [↩]
Você colocou as referências bibliográficas? Pois me parece que boa parte desse texto vem do livro Coração do Yoga, de Desikachar.
Olá, Cleber! Muita gratidão pelo teu comentário e observação! Recomendo a você que, por favor, entre em contato com a autora desse artigo, a professora Karin Heuser Wolff, pelo link que está acima na nota de rodapé.
Sabemos ainda muito pouco sobre a prática e as séries do Ashtanga Vinyasa Yoga. Tira umas dúvidas pra gente, Cristiano: o que é mesmo drsti e que postura é karandavasana? Parabéns pelos artigos postados aqui no teu Blog! Abração! Namaste!
Olá, queridos Lucas e Camila! Drsti é a fixação ocular, que no Ashtanga Vinyasa Yoga é feita durante a prática de asanas, como, por exemplo, nos polegares, no intercílio, no umbigo etc. Karandavasana é uma postura de equilíbrio nos antebraços, que requer um equilíbrio de força e flexibilidade, e faz parte da segunda série, intermediária, do Ashtanga Vinyasa Yoga. Nessa postura, o corpo lembra o formato de um pato do Himalaia, daí o nome Karandavasana, onde Karandav significa “pato” ou “ganso” do Himalaia. Muitíssimo grato, meus queridos, a gratidão é toda minha a vocês! Namaste e abração pra vocês também.