Asaneiras do Instagram
Humberto Meneguin, do blog Yoga em Voga (1)
Não há nada de errado em se deixar fotografar ou fotografar-se quando se está executando uma postura de Yoga. No entanto, quando as imagens são exageradamente exibidas via Instagram ou noutras redes sociais de uma forma incontrolável, a prática de um asana, até que bem feito, acaba por ceder lugar a uma vaidade incontrolada de quem a isso se propõe. Vaidade à parte, o que realmente pretendem as “asaneiras do Instagram”?
Aparecer.
Sim, esse é o principal motivo de alguém que diariamente “posta” fotos suas em asanas nas redes sociais e que comumente são seguidas por amigos ou pessoas completamente desconhecidas que adotam o Instagram como um meio de comunicação social.
Mas, aparecer por que? Aparecer para suprir uma carência, uma falta de atenção, para suprir a solidão, aparecer para se tornar uma pessoa conhecida e reconhecida, famosa, capaz de executar uma postura de Yoga difícil cuja imagem pode ser até compartilhada. Aparecer para quem sabe ser notícia e aparecer mais ainda.
Ou, até mesmo, se a “asaneira” ou “asaneiro” for instrutor(a) de asanas, usar essa ação é mero marketing pessoal.
Muitos fazem isso. As celebridades, como a Gisele e a Britney, fazem isso e são notícia. Por que não fazer o mesmo, mesmo que não seja uma celebridade? Isso pode dar um bom retorno, como: mais alunos, aquela tão sonhada capa de revista, ou, se a sorte estiver do seu lado, a participação num anúncio de uma roupa para praticar Yoga, ganhando-se um bom cachê.
Celebridades, de uns tempos para cá, geralmente as que vivem na Terra do Tio Sam, postam tudo o que fazem, inclusive a prática de asanas. Mas, essa simples mortal, e até então desconhecida, adotando a mesma linha, vai postando e postando suas fotos de Yoga e, por consequência, torna-se cada vez mais seguida por admiradores que sequer conhece.
Isso, num primeiro momento, faz muito bem para o ego da “asaneira do Instagram”, pois jamais poderia imaginar que faria tanto sucesso nesse “Big Brother” auto-virtual que se propõe, cuja promoção foi até matéria do The New York Times!
Bem vestidas, produzidas propositalmente, algumas das “asaneiras do Instagram” apareceram no jornal nova-iorquino num artigo específico, onde houve destaque.
Dentre elas está @laurasykora, com mais de 257 mil seguidores, usando e abusando do armário embutido e até do marido para performar os asanas.
Pelo menos ela afirma que já pratica há dezesseis anos e que trabalha numa empresa de software, dizendo-se espantada com a súbita popularidade.
Outra “asaneira do Instagram” é @masumi_g, que, por coincidência, é amiga da anterior.
Com o mesmo esquema, afirmando que o que faz a diferença é uma boa câmera, Masumi já está com mais de 41 mil seguidores.
Ela começou a praticar para aliviar uma dorzinha nos quadris e deu no que deu!
Como não poderia faltar, @gypsetgoddess, uma das “asaneiras do Instagram” que mereceram destaque, é instrutora de Yoga em Scottsdale, AZ.
Contando com mais de 44 mil seguidores, ela já se fotografou em cenários como as Ilhas Galápagos, no Equador, e Chiang Mai, na Tailândia.
Tudo feito com seu iPhone, e, é claro, com a ajudinha de alguma pessoa que por perto passava.
E, para aquelas que gostariam de dar um upgrade nas suas instaphotos, se tiverem cacife o suficiente, poderão contratar o serviço de um fotógrafo profissional, que saberá enfatizar os melhores ângulos.
Será que você já viu ou conhece alguma “asaneira do Instagram”?
Harih Om!
» por Não há nada de errado em se deixar fotografar ou fotografar-se quando se está executando uma postura de Yoga. No entanto, quando as imagens são exageradamente exibidas via Instagram ou noutras redes sociais de uma forma incontrolável, a prática de um asana, até que bem feito, acaba por ceder lugar a uma vaidade incontrolada de quem a isso se propõe. Vaidade à parte, o que realmente pretendem as “asaneiras do Instagram”?
Aparecer.
Sim, esse é o principal motivo de alguém que diariamente “posta” fotos suas em asanas nas redes sociais e que comumente são seguidas por amigos ou pessoas completamente desconhecidas que adotam o Instagram como um meio de comunicação social.
Mas, aparecer por que? Aparecer para suprir uma carência, uma falta de atenção, para suprir a solidão, aparecer para se tornar uma pessoa conhecida e reconhecida, famosa, capaz de executar uma postura de Yoga difícil cuja imagem pode ser até compartilhada. Aparecer para quem sabe ser notícia e aparecer mais ainda.
Ou, até mesmo, se a “asaneira” ou “asaneiro” for instrutor(a) de asanas, usar essa ação é mero marketing pessoal.
Muitos fazem isso. As celebridades, como a Gisele e a Britney, fazem isso e são notícia. Por que não fazer o mesmo, mesmo que não seja uma celebridade? Isso pode dar um bom retorno, como: mais alunos, aquela tão sonhada capa de revista, ou, se a sorte estiver do seu lado, a participação num anúncio de uma roupa para praticar Yoga, ganhando-se um bom cachê.
Celebridades, de uns tempos para cá, geralmente as que vivem na Terra do Tio Sam, postam tudo o que fazem, inclusive a prática de asanas. Mas, essa simples mortal, e até então desconhecida, adotando a mesma linha, vai postando e postando suas fotos de Yoga e, por consequência, torna-se cada vez mais seguida por admiradores que sequer conhece.
Isso, num primeiro momento, faz muito bem para o ego da “asaneira do Instagram”, pois jamais poderia imaginar que faria tanto sucesso nesse “Big Brother” auto-virtual que se propõe, cuja promoção foi até matéria do The New York Times!
Bem vestidas, produzidas propositalmente, algumas das “asaneiras do Instagram” apareceram no jornal nova-iorquino num artigo específico, onde houve destaque.
Dentre elas está @laurasykora, com mais de 257 mil seguidores, usando e abusando do armário embutido e até do marido para performar os asanas.
Pelo menos ela afirma que já pratica há dezesseis anos e que trabalha numa empresa de software, dizendo-se espantada com a súbita popularidade.
Outra “asaneira do Instagram” é @masumi_g, que, por coincidência, é amiga da anterior.
Com o mesmo esquema, afirmando que o que faz a diferença é uma boa câmera, Masumi já está com mais de 41 mil seguidores.
Ela começou a praticar para aliviar uma dorzinha nos quadris e deu no que deu!
Como não poderia faltar, @gypsetgoddess, uma das “asaneiras do Instagram” que mereceram destaque, é instrutora de Yoga em Scottsdale, AZ.
Contando com mais de 44 mil seguidores, ela já se fotografou em cenários como as Ilhas Galápagos, no Equador, e Chiang Mai, na Tailândia.
Tudo feito com seu iPhone, e, é claro, com a ajudinha de alguma pessoa que por perto passava.
E, para aquelas que gostariam de dar um upgrade nas suas instaphotos, se tiverem cacife o suficiente, poderão contratar o serviço de um fotógrafo profissional, que saberá enfatizar os melhores ângulos.
Será que você já viu ou conhece alguma “asaneira do Instagram”?
Harih Om!
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Yoga ou bhoga?
Veja também:
O dilema das Redes Sociais (2020), filme documentário na Netflix
- Artigo originalmente publicado em 9 de julho de 2013 em yogaemvoga.blogspot.com.br, blog do Prof. Humberto Meneguin. [↩]
Sou publicitária e pratico Yoga. E, hoje em dia, a melhor forma de se conseguir alunos, ou inspirar mais pessoas a praticar e conhecer o Yoga, é utilizando os meios disponíveis na Internet. Se assim podemos despertar o interesse das pessoas e trazê-las para o mundo do Yoga, qual o problema? Mais amor e mais Yoga no mundo! Paz!
Agradeço por esse teu comentário e também respeito esse teu ponto de vista, Beatriz. Namaste e paz pra você também.
Não vejo nada demais, acho que é inspirador. Acho que são fotos bonitas, e se tem gente que posta fotos de bebidas, de viagens e de festas, por que não de Yoga em poses?
Agradeço por esse teu comentário e respeito o teu ponto de vista, Rildson. Namaste! __/\__
Hahahahaha, muito bom esse texto! [detalhe para a @laurasykora, que é asaneira DE SALTO! Hahahahaha, até onde vai a ostentação?]
Que bom que você também gostou desse texto, Natália! Hahaha, pois é, muito sem noção toda essa ostentação.